A última vez que escrevi aqui alguma coisa foi por causa da
lesão nas costas que tinha contraído no triatlo de Oeiras.
Pois bem, desde então não escrevi mais nada pois passei, provavelmente,
por um dos momentos mais complicados da minha curta “carreira” de triatleta
amador.
Foram momentos difíceis que só consegui ultrapassar graças
ao apoio da minha família. Foi na companhia da minha mulher e dos meus filhos
que consegui superar a desilusão e a tristeza de ter falhado os meus objetivos.
Só agora é que consigo olhar com alguma distância para os
acontecimentos e consigo falar abertamente deles.
Para relembrar, na altura estava há cerca de 4 meses a
preparar-me para o Iberman Triathlon, prova na distância IRONMAN que se realizou
no passado dia 5 de Outubro em Espanha, quando as minhas costas cederam e me
obrigaram a desistir da minha participação.
Depois de muita insistência para tentar recuperar e voltar
aos treinos, com varias idas ao osteopata e trabalho específico na piscina,
sentia algumas melhorias mas quando voltava a meter carga nos treinos ficava
ainda pior, chegando ao ponto de nem as meias conseguir calçar… e assim foi
durante quase 1 mês antes de tomar a decisão de desistir.Para trás ficavam assim 4 meses de muito esforço e sacrifício… sacrifício físico, mental, financeiro e pessoal. E caia por terra o sonho de percorrer a distância mítica do Triatlo.
Mas nem tudo o que se passou foi mau, pois aqueles 4 meses
de treino serviram para evoluir e chegar a patamares que embora humildes nunca
pensei conseguir atingi-los, como por exemplo baixar das 5h num triatlo longo,
na minha 2ª experiência na distância e melhorando em quase 30min o tempo do ano
anterior.
Aprendi imenso sobre como preparar e enfrentar uma prova
longa, a alimentação e hidratação durante a mesma e nos treinos. Evolui um
pouco na bicicleta que é o segmento que tenho maior dificuldade e melhorei a
minha técnica de nado.
Desde o dia 4 de
Março até ao dia 30 de Junho fiz cerca de 500km de corrida, 3000km de Bike e 150km
de natação e ainda faltavam 3 meses em que estas distancias iam duplicar ou até
mais um pouco que isso! Aprendi que para suportar cargas desta dimensão
precisamos de criar bases para o corpo se adaptar e aguentar, que só se adquirem
com alguns anos de prática da modalidade e aprendi que o descanso é fundamental
e indispensável. Foi exatamente aí que falhei! Logo nestes dois pontos importantíssimos
e que eu não tive em conta quando decidi participar no IM. O futuro passa por criar essas bases e
preparar com mais pormenor e ponderação uma nova tentativa na distância!
Tenho de agradecer ao Mister Fernando Carmo por me ter
ajudado com o planeamento para a prova e ao Mister Paulo Conde que tudo fez para
me ajudar a ultrapassar aquele momento dificil da lesão... foi sem dúvida incansável
o teu apoio!
Agora venha 2014!!!